Director da TVI desdramatiza acusações à Produção: "Isso são os maluquinhos que vêem o canal 24h"

casa dos segredos 3
Tal como já é tradução e habitual, todas as edições da "Casa dos Segredos" contam com alguma polémica em torno do programa, ou pelas cenas polémias transmitidas em direto, ou por suposta manipulação de votos, ocultação de imagens entre outros casos que dão origem a participações e queixas à ERC. Contudo TVI defende que todo o programa está de acordo com a lei e o resto é "inventado" pelos "maluquinhos que vêem o canal no Meo 24 sob 24 horas".

Quase dois meses depois da estreia de ambos os formatos, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) já recebeu 36 participações que visam o reality show Casa dos Segredos, "A ERC regista, até à presente data, a entrada de 32 participações visando o programa Casa dos Segredos 3, transmitido na TVI. Estas participações referem-se a questões como alegados insultos e ameaças à integridade física de alguns concorrentes, publicidade enganosa, linguagem e imagens de teor inapropriado, alegado consumo de estupefacientes e falta de imparcialidade na condução do programa", explica a ERC.

Confrontado com estas queixas, Bruno Santos, diretor de Conteúdos e Formatos da TVI, admite que é algo com que já contava: "Este é um tipo de formato polémico, mas fazemos tudo para que isso não aconteça, apesar de sabermos sempre que vão existir. Se até o Jornal das 8 recebe queixas", refere à Notícias TV. Ainda assim, o responsável é da opinião de que "muitas das vezes as queixas que a ERC recebe são de movimentos de pessoas que fazem abaixo-assinados entre várias e que depois dez ou mais pessoas enviam como se fossem várias queixas separadas, mas são as mesmas queixas", e ressalva: "A Casa dos Segredos cumpre a lei. Não emite conteúdos que possam infringir a lei."  

"Nós apostamos, sobretudo, em duas grandes temáticas: no romance e no humor e esses são os pilares da Casa dos Segredos. E visam sobretudo promover o romance", admite Bruno Santos, desdramatizando as acusações de que as festas em que há álcool à disposição dos concorrentes sejam aqueles em que há mais excessos e, consequentemente, cenas mais ousadas: "Os excessos que aconteceram na Casa nem sempre foram com álcool. No caso do jogo do bate-pé, foi uma situação específica, em que não havia álcool. E não fazemos festas todos os dias", afirma o responsável, referindo-se às críticas que foram feitas às imagens difundidas há uma semana, em que os concorrentes foram convidados a divertir-se num jogo em que muitos deles acabaram por ficar em trajes menores. Imagens que passaram no diário de horário nobre da TVI.

Já sobre as muito comentadas cenas de sexo do casal Rúben/Tatiana, Bruno Santos refere que há um cuidado redobrado, e que nunca há certezas sobre o que se passa debaixo dos edredões: "Este ano tivemos uma conversa prévia para a edição das cenas. E não passámos as cenas da Tatiana e do Rúben debaixo dos edredões no bloco das 21h30, só no Extra, da Iva Domingues, depois da meia-noite, e com bolinha vermelha no canto. Tivemos esse cuidado. E uma pessoa a fazer striptease, em que não mostra nenhuma parte íntima, não me faz confusão. Se os telespectadores ligarem para a concorrência, as imagens são mil vezes pior", acusa.

Quanto às acusações que também correm na internet de a produção ocultar algumas imagens nas emissões diárias, mas que passam no canal TVI Direct, no Meo, o responsável da TVI desdramatiza: "Isso são os maluquinhos que veem o canal no Meo 24 sob 24 horas que dizem. Nós não temos tudo gravado. É impossível gravar tudo aquilo. Não tínhamos como passar todas as imagens que passam no Meo, tem de haver uma seleção", justifica-se.

As polémicas imagens debaixo da cama

Na semana passada, um vídeo em que o concorrente Bruno estava debaixo da sua cama, sem microfone, causou polémica na internet. Nele insinuava-se o jovem de Lagoa de Mira estava a consumir estupefacientes, e chegou a comentar-se que seria uma manobra da produção para trazer mais audiência para o programa. A polémica motivou uma queixa na ERC, mas é desdramatizada por Bruno Santos, que esclarece: "É importante separar as águas. Essas palavras não tem nada que ver com a TVI. Deu-se a entender que era estratégia nossa e não foi, tanto que nós fizemos questão de passar depois a cena na televisão e mostrar tudo desde o início, em que o Jean-Mark também está no quarto e em que o Bruno diz para ele ir lá abaixo ver o que se estava a fazer. Partiu tudo de uma maldade de alguém. A reação dele foi uma reação natural."

A verdade é que as imagens foram mostradas no diário da noite e também foi mostrada a explicação de Bruno no confessionário em conversa com a Voz. O concorrente não estava a consumir qualquer tipo de estupefaciente, mas sim a escrever um poema. "Foi uma cena de muito má-fé. Fizeram a cena passar de uma forma diferente. Ele não estava a fazer nada", explica o diretor de Conteúdos e Formatos da TVI.

O Poder das redes sociais

À semelhança do que aconteceu nas duas temporadas anteriores, há dezenas de sites e blogues dedicados ao reality show da TVI, para lá do site oficial e das páginas no Twitter e Facebook. A adesão às plataformas oficiais é ainda maior do que em anos anteriores. Este ano, a página de Facebook de Casa dos Segredos 3 ultrapassou mesmo a barreira dos 500 mil "gostos" e está a caminho dos 600 mil: "Os valores deste ano das redes sociais são superiores, são impressionantes. É uma tendência que já se verificou da primeira para a segunda e que se verifica agora da segunda para a terceira. Há de tudo. Por um lado, é prejudicial, mas também há outra parte boa. E há inúmeros blogues e páginas do programa. É impressionante. São mesmo muitos. Às vezes, pedimos para que alguns conteúdos sejam apagados, mas é incontornável", salienta Bruno Santos.

Apesar de este ano ainda não terem existido situações em que as votações nos sites e blogues dedicados ao programa diferem das que surgem na gala de expulsão, em outras edições esse foi um dos maiores pontos de crítica. Bruno Santos defende-se: "As pessoas acreditam mais naqueles sites do que em nós...", conclui.

Artigo completo do Jornal de Notícias aqui

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